- Você tem relógio?
- Não, tenho uma cicatriz que estou escondendo do sol.
(diálogo verídico)
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Valsa
Ai, que chateação!
De overdose te expulso:
é falta de respiração.
Ai, que chateação...
Duas horas depois se passam e ai:
excesso de palpitação.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Dialética ou metafísica?
Algo lhe parece... Não é. Provavelmente. E nem a outra coisa. Que mania estúpida de ter que ser algo, e parecer algo, mesmo que não queira: você parecerá algo, acredite. E isso acaba com as possibilidades, tendo por fim, você, uma personalidade, oh! UM caráter irrevogável que enfim será reconhecido e então sua existência será plena perante a sociedade e a não -sociedade também, por que não? E enfim, terá amigos... e inimigos. Será de esquerda, ou de direita. Será preguiçoso ou esforçado. Será tipo A, B, ou C. Terá opiniões, deveres e direitos. Que saco.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Morada
A grama que lhe traz tanta paz,
revira-se nervosa
sem seus pés brancos.
As árvores ressentem-se
pela falta da presença - antes presente
de seu amor por elas
em tronco e alma.
Os muros das redondezas
duros murros sem canção
imóveis agora
sem sua imaginação.
O lençol fora do lugar:
no varal
chora.
revira-se nervosa
sem seus pés brancos.
As árvores ressentem-se
pela falta da presença - antes presente
de seu amor por elas
em tronco e alma.
Os muros das redondezas
duros murros sem canção
imóveis agora
sem sua imaginação.
O lençol fora do lugar:
no varal
chora.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Experiência nº 37
Pés descalços
paralelos
- ao menos -
de grau elevado
e sublevado.
A terra, grama
almofadas empoeiradas
e cama?
Entalado.
Num suspiro breve
metatarsos mumificados
de uma fratura leve.
Falanges nunca falam,
senão teriam elas defendido
tamanho golpe.
Muletas:
amuletos ser norte
um apoio à própria sorte.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
E tudo volta ao seu lugar. Para que tenhamos a chance de mudar os acontecimentos, de refazê-los. Não que as coisas se repitam inteiramente, não é uma volta ao passado, e sim de analogias. É algo sutil, que só percebemos se treinarmos a observação em nossa vida, em seus pequenos detalhes.
Sempre temos chance acertar.
Sempre temos chance acertar.
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