terça-feira, 5 de abril de 2011

Capa de chuva


A chuva agora chora
toda a vida que demora
a pingar na janela:
F
ace de vidro dela.

Canta um ninar que espanta
o relâmpago de dúvidas tantas!
Sempre assim:
A luz vem primeiro – descoberta -
mas o som que ecoa ruim.

Chuvisco que molha
o olho que nem cisco,
confusão: vejo, arrisco, petisco?

Enchente da vida e
m
esmo que seja garoa:
Enxurradas
bravas a levar a canoa:
O destino é fluido
é onda: no remo ecoa.