Num salto aprendeu a maldição:
às cobras criadas sem ereção
tocaria como flautas doces
um samba-canção sem opção.
Aos sem-coração esmagaria
orgulhos robustos, ao fingir ser cria
da suave submissão escorregadia:
de dia a muito custo,
de noite só o justo.
Aos que babam, olhos e água - pouco filtrada,
há de faltar sais em suas ações encabuladas
cheias de dedos, menos um
que se molha sozinho e num.
E sem respiração deve fazer viver
aos que ousaram intrometer
cobras: serpentes reviram suas carnes dementes
sem o direito sequer, de um rangido de dentes
arrancados um a um com alicate fremente.
De um salto, com seus pés de assalto, na cama ela veste pantufas.