El norte me persigue: camino?
quinta-feira, 10 de março de 2016
terça-feira, 8 de março de 2016
Contador de histórias
I.
Contador de histórias: crer no impossível é a sua (e terna) vitória?
Guardo em você, esse lugar seguro, todas as cantigas e
sonhos do mundo,
As utopias, as utopias longas, as que só são possíveis aos poucos e em doses,
Um pouquinho a cada vida. As universais.
Guardo em você, para que eu possa esperar com mais prazer o tempo, baú generoso.
As utopias, as utopias longas, as que só são possíveis aos poucos e em doses,
Um pouquinho a cada vida. As universais.
Guardo em você, para que eu possa esperar com mais prazer o tempo, baú generoso.
(Você sabe que a matéria é pouca e o espírito é tanto!)
As utopias breves guardo em mim, essas ligeirezas e sonhos
fáceis, de sobra,
Assim poderei passar o tempo e me ocupar em algo que não seja a espera.
Assim poderei passar o tempo e me ocupar em algo que não seja a espera.
Contador de histórias, só você é capaz de acreditar nas mentiras,
Nos barquinhos de papel,
Nos astros celestes,
Nos monstros,
Em mim.
Sabe e não abandona jamais sonho algum, deixa sonhar todos,
Indefinidamente e a si mesmo.
Nos barquinhos de papel,
Nos astros celestes,
Nos monstros,
Em mim.
Sabe e não abandona jamais sonho algum, deixa sonhar todos,
Indefinidamente e a si mesmo.
Sabe do risco de viver, e tem medo.
Sabe que a matéria não é perene, e se nega
A caminhar para a doce desilusão que é a construção da realidade
(Esses tijolos de barro prensados em água e areia triste.)
Sabe que a matéria não é perene, e se nega
A caminhar para a doce desilusão que é a construção da realidade
(Esses tijolos de barro prensados em água e areia triste.)
vem comigo, ampulheta, eu te alimento de histórias, todos os
dias farei te farei transbordar a memória, vem comigo, vou te contar a melhor de todas, que
o amor é filho do invisível, e que eu também sou contadora de histórias, mas eu
conto de modo avesso: primeiro vivo.
II.
III.
Conta-me a última história?
Conta-me, antes de eu morrer.
Conta ao vivo,
Eu não podia viver
II.
III.
Conta-me a última história?
Conta-me, antes de eu morrer.
Conta ao vivo,
Fale antes que o corpo falhe,
Antes que eu me torne
substância dura,
Antes que eu esqueça os idiomas.
E antes que eu esqueça os idiomas,
Eu contarei a minha intradução:
Antes que eu esqueça os idiomas.
E antes que eu esqueça os idiomas,
Eu contarei a minha intradução:
Eu não podia viver
Outra coisa que não fosse a poesia.
Agora, a pena separada do osso,
Silêncio sobre o meu silêncio de poço.
Não chora.
Agora, a pena separada do osso,
Silêncio sobre o meu silêncio de poço.
Não chora.
(Eu estarei ouvindo você contar a história.)
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