quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Silêncio



Silêncio!

Por favor...que se calem as notícias,
eu não quero mais ouvi-las, tristes, óbvias, livres...
Eu não quero ouvir o falso farfalhar dos jornais, ruídos das bancas e bancadas.
Não quero prosa sobre as ruínas.
Silêncio, não me contem.  

Um minuto de silêncio, dois, três, quatro, cinco, há tantos lutos que não há para onde rir.
Por favor, que se calem as notícias, pois não há para onde ir com as novidades (silêncio e lentidão)
pare agora, rápido só resta a destruição.
Eu ouço as folhas de documentos ocultos sendo destruídos, ouço a caneta assinando as pretensões e as sortes, eu não aguento mais ouvir o som da faca cortando a morte, a contagem das cédulas, o grunhido do ódio gratuito, silêncio, que a paz me é cara.
Silêncio, silêncio, silêncio, que a mentira faz barulho.

Não haverá manutenção, faz barulho o desejo de manutenção, e não há manutenção.
Eu não queria portar a voz do desterro, cantar a nota finada da desilusão.

Silêncio.