sexta-feira, 31 de janeiro de 2020





Quero tocar
a haste da simplicidade, assim,
como quem caminha e parando
para descansar, apóia-se na haste
sem olhar a grande flor que ela sustenta...

E sentir chover as pétalas,
sem saber que despenca.

















sábado, 25 de janeiro de 2020

Navegante

                                                                             Para Carlos Souza





Espelhos de antiguidades,
Mares ancestrais...
Trazendo presentes
nos barcos do futuro!

Adeus! 
Lá vai, navais! 
o celeste navegante... 

e também seus ais! 














Bençãos de barco e bênçãos de berço... Ah!
Beiços, brioches, bacantes, bacanas e brinquedos!
Bonachos, brilhos, biboques, belezas, beijos e toda sorte
de broches e medalhas, campeãs
por estrelarem em seu peito, o grande palco.

Bençãos de berço: os seus plenos poderes vindouros
desde a semente, o que está escrito, o ouro, o couro
que foi lhe ofertado, os presentes, as orações, as mãos da promessa;
depois, as bênçãos de barco: o banho das marés, as quedas e os caldos,
o que se escreve depois, a sua letra, os peixes pescados, os tesouros,
as terras conquistadas a fé e fogo dos piratas, a navegação.

A terra prometida, o conquistador,
A afirmação das bandeiras, próprias. 

Filho da mãe!
Filho do mar! na beira da areia,
na eira da praia, sem eira nem beira,
mamãe quer chorar o desfraldado.
Segura na bainha, forte, bahia, baleia:
Não deve, não teme, pensou, convicta.
- E tremeu de tanto dever. -

Arruma e desarruma as suas malas,
Adiando (e odiando), aia!
Ela sabe que ficará a ver navios
e toda praia será nudismo e constrangimento
de quem fica sem querer.

E por querer ele vai
ser batizado pelas tempestades,
tsunamis não o farão voltar, abençoadas
potestades soarão, erguerão-se à remo
e então, finalmente, os dois, mãe e filho,
de medo morrendo, acabarão de nascer.

Balança o berço, balança o barco...
Balança o barco, balança o berço...
Cai do berço, mamãe põe de volta,
Cai do barco, Mamãe leva embora pra sempre...

As bênçãos são misturadas
aonde a onda descansa e dissolve...

Perto ou longe da sanguinária (mãe),
água funda ou água rasa,
não adianta, nada atrasa,
a madeira é de lei:
Pega o teu barco, avança,
e quando tiver certeza de chegar
ergue teu braço.





quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Talita cumi











Caí no mundo pra me levantar.









segunda-feira, 6 de janeiro de 2020













Você me acha triste,
Não é?
É que quando estou feliz
você não me acha
(porque acha por demais:
achata!)


A gata triste, Ágatha Christie...
É que quando eu estou feliz você não acha.