Para Carlos Souza
Espelhos de antiguidades,
Mares ancestrais...
Trazendo presentes
nos barcos do futuro!
Adeus!
Lá vai, navais!
o celeste navegante...
e também seus ais!
Bençãos de barco e bênçãos de berço... Ah!
Beiços, brioches, bacantes, bacanas e brinquedos!
Bonachos, brilhos, biboques, belezas, beijos e toda sorte
de broches e medalhas, campeãs
por estrelarem em seu peito, o grande palco.
Bençãos de berço: os seus plenos poderes vindouros
desde a semente, o que está escrito, o ouro, o couro
que foi lhe ofertado, os presentes, as orações, as mãos da promessa;
depois, as bênçãos de barco: o banho das marés, as quedas e os caldos,
o que se escreve depois, a sua letra, os peixes pescados, os tesouros,
as terras conquistadas a fé e fogo dos piratas, a navegação.
A terra prometida, o conquistador,
A afirmação das bandeiras, próprias.
Filho da mãe!
Filho do mar! na beira da areia,
na eira da praia, sem eira nem beira,
mamãe quer chorar o desfraldado.
Segura na bainha, forte, bahia, baleia:
Não deve, não teme, pensou, convicta.
- E tremeu de tanto dever. -
Arruma e desarruma as suas malas,
Adiando (e odiando), aia!
Ela sabe que ficará a ver navios
e toda praia será nudismo e constrangimento
de quem fica sem querer.
E por querer ele vai
ser batizado pelas tempestades,
tsunamis não o farão voltar, abençoadas
potestades soarão, erguerão-se à remo
e então, finalmente, os dois, mãe e filho,
de medo morrendo, acabarão de nascer.
Balança o berço, balança o barco...
Balança o barco, balança o berço...
Cai do berço, mamãe põe de volta,
Cai do barco, Mamãe leva embora pra sempre...
As bênçãos são misturadas
aonde a onda descansa e dissolve...
Perto ou longe da sanguinária (mãe),
água funda ou água rasa,
não adianta, nada atrasa,
a madeira é de lei:
Pega o teu barco, avança,
e quando tiver certeza de chegar
ergue teu braço.