Eu sei que existe, vou lhe contar, a calma
delicadeza de espera
e esquecimento.
Espera e
esquecimento,
espero o esquecimento,
esqueço a espera: aqueço
o direito de existir.
um instante onde Ela vive: no meio
da noite mas não exatamente no meio,
vem sem aviso, uma uva, uma ova,
medida ínfima, íntimo instante
medida ínfima, íntimo instante
donde torno-me donzela,
donde é possível
resgatá-la,
abdicar do trono e por isso mesmo ser coroada.
Veste como uma luva nova o hímen eventual
saída para a unidade, e entrada para a umidade,
Veste como uma luva nova o hímen eventual
saída para a unidade, e entrada para a umidade,
o retorno, a curiosidade interior, o seu entorno
virgem original, cavalga
na pureza e natureza dos primórdios:
E recomeça,
e retorno-me,
donzela: Original e máxima!
Um segundo em que se esquece dos homens
e se é lembrada por eles.
Num instante, num segundo (ou dois)
de existência pura, que perdoa, mas não perdura:
Que doa!
Seu destino é entregar-se
(ou ser destruída).
Cavalga, cavalga no meio da mata
virgem que nasceu para vingar
as boas serpentes, que não sabem
e sabem esperar.
e sabem esperar.
A donzela só existe à noite:
Se você não a tocou, o sol a irá tocar,
extrair sua música.
extrair sua música.