sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Da janela

 

                                                                                                      .




A ternura é o terceiro olho com o qual te olho,
como uma terceira margem, indizível ao meio.

Com um olho o desafio, com o outro a desavença...
mas no terceiro mora a minha verdadeira crença,
minha criança, a que tudo vê possível excelência.

A ternura é como te olhar de uma janela:
um recorte, uma câmera, uma lente 
que só vê traços finos -
nem sempre dá pra entrar.

Eu posso ver e verter, te olhando da janela da minha ternura,
mas você não pode entrar e eu não vou me acabar.
É terna, tão, como sustentar transeunte?
Janela é o lugar de onde se espera,
E eu espero embrutecer.

A ternura é o terceiro olho com o qual te molho,
Como uma terceira margem, indizível ao meio.

Seguro flores cortadas na plenitude, 
más, em breve pintarei você com a tinta com que se pinta os sinais de trânsito, as calçadas, o concreto. E serás invisível ao terceiro olho, insípido. Onde então se revelará óbvio e mesquinho. Mortal para mim. E fim.





sábado, 6 de fevereiro de 2021



O juízo perfeito evitará o juízo final,
aviltará os vilões e os mocinhos:
os engodos e os enganos 
daqueles que não conhecem o seu coração advogado.