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A ternura é o terceiro olho com o qual te olho,
como uma terceira margem, indizível ao meio.
Com um olho o desafio, com o outro a desavença...
mas no terceiro mora a minha verdadeira crença,
minha criança, a que tudo vê possível excelência.
A ternura é como te olhar de uma janela:
um recorte, uma câmera, uma lente
que só vê traços finos -
nem sempre dá pra entrar.
Eu posso ver e verter, te olhando da janela da minha ternura,
mas você não pode entrar e eu não vou me acabar.
É terna, tão, como sustentar transeunte?
Janela é o lugar de onde se espera,
E eu espero embrutecer.
A ternura é o terceiro olho com o qual te molho,
Eu posso ver e verter, te olhando da janela da minha ternura,
mas você não pode entrar e eu não vou me acabar.
É terna, tão, como sustentar transeunte?
Janela é o lugar de onde se espera,
E eu espero embrutecer.
A ternura é o terceiro olho com o qual te molho,
Como uma terceira margem, indizível ao meio.
Seguro flores cortadas na plenitude,
más, em breve pintarei você com a tinta com que se pinta os sinais de trânsito, as calçadas, o concreto. E serás invisível ao terceiro olho, insípido. Onde então se revelará óbvio e mesquinho. Mortal para mim. E fim.