Nem tudo são flores!
Tem de tudo.
- e de tudo floresce,
até você, peste.
Às vezes é dureza aceitar a variedade.
Nem tudo são flores, às vezes são folhas!
(raízes, sementes, galhos, formigas,
abelhas, pólens e floemas, terra e céu,
frutos, verdes ou maduros, pseudofrutos
e aqueles que não se sabe, e aqueles não se vê...
Pássaros, ovos, cobras - inofensivas ou venenosas,
não reprovarei as diferenças,
mas não sairei a procura de espinhos, contemplo, sei que existe.
E de tudo existe. Nem tudo são flores, às vezes são folhas! Têm os poemas, e os leões que rasgam os poemas. Para que escreva outro.
Às vezes é mato seco, mas mato não nasce seco - num dia são folhas verdes, noutro dia esterco, e veja você bem ou não, em qualquer lugar do mundo, os insetos se intrometem, vermes, mofo, e a rebentação das baratinhas e das baratonas noturnas, cupins silenciosos celebrando a abundância que também lhes compete: a existência!
Nem tudo são flores, querida, e ainda assim, farás o seu melhor.
Às vezes um detalhe, às vezes um escândalo,
sendo você mesma, uma floresta.
Reintegre-se à realidade, sem se excluir, nem a excluir.
Sabendo que a Perfeição está tranquila, e continuando a caminhar, prossegue.
E a Imperfeição se revira no túmulo do que não consegue.
Tudo são flores.
Faça bom proveito.