I
(Abre a cortina)
Como poderá entrar em cena um ator morto?
Um saco de ossos trabalhando às custas de sua própria vida
Entregando tudo ao palco, cambaleia pelas noites sem espetáculo
Acende e chama pelo clamor intenso de vida em transações com a morte.
Sua pele cada vez mais fina, gastos cada vez mais altos com pancake, pó
Tudo que sobra deixado ao público, vida vida vida luz no olhar
Avermelhado a buscar no inferno todo calor que lhe falta no humano.
Seus ossos duros e raspados contra o chão contra o outro contra ação do cu.
II
Contração do público:
Como poderá entrar em cena um ator morto?
O ator está morto, o personagem não, resiste bravamente pinga suor
Gira a órbita de seus olhos em óbito, move-se com naturalidade como a um sobrevivente
Que reaviva a todos, friccionados pela ficção de uma realidade (in)fiel à morte.
Exclamações ovacionadas palmas palmadas socos e pontapés
Em busca de uma vida enfim morrível, sangue.
(A máxima do suicídio.)
Em busca de uma prova: o que significaria um morto mais vivo que nós??
Como pode sair de cena um personagem vivo?
Em busca de uma prova: o que significaria um morto mais vivo que nós??
Como pode sair de cena um personagem vivo?
(Fecha a cortina)
III
Agradecimento aos colaboradores:
Cemitério das Flores e Maquiagem Dolores.
III
Agradecimento aos colaboradores:
Cemitério das Flores e Maquiagem Dolores.
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