Ao me despir das roupas,
do mundo, do corpo
fui despida além da carne
(estarrecida)
As paredes, descascadas.
Me despi da paixão.
Me despi da paixão.
Onde havia? Não havia? A paixão onde estava?
Gasta, vazou por debaixo da porta, sem sobras para esse dia.
Foi então que inteiramente nu e sem paixão
o silêncio do mundo reinou e
pude verificar as sutilezas da sua realidade,
pedaço por pedaço, canduras, sombreados, difíceis dobraduras
até encontrá-lo, amor.
O silêncio reinou e pude verificar
que nua e sem paixão é que se pode amar:
Sem segurar com as mãos, tocar.
O silêncio reinou e pude verificar
que nua e sem paixão é que se pode amar:
Sem segurar com as mãos, tocar.
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