A solidão é a fresca,
a janela aberta dos silêncios,
a água que escorre fluida por entre as pedras - já não tão duras.
A solidão mudou de figura,
é a coruja tranquila que dorme de dia,
é o vôo do pássaro,
a alegria de estar íntegra em segredo,
a existência incontável
num pedaço de tempo anônimo.
A solidão me deixa
caminhar nas ruas sem caminho,
arrepiar com o vento nas orelhas (do destino),
soprar a ferida, sangrar o espírito, agir.
A solidão me deixa
alimento forte,
o sumo da verdade,
e pode ser
esta fruta fresca colhida no canteiro da multidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário