Despir-me e sonhar!
Daqui de dentro desta cela
estar nua é um desejo íntimo,
despir-me de meus personagens,
dos argumentos, do drama.
Abrir as cortinas do meu peito,
arejar meu ser real,
e aplaudi-lo de pé no silêncio
até ver nascer o sol central.
E depois, o sim,
vestir seja qual for o figurino, realizar!
Brincadeiras de cárcere, em carne e osso
mani-festar, construir,
brincar.
Ir e voltar por entre os vãos da grade
(de papelão, na verdade).