quarta-feira, 7 de março de 2018

Encenação





Despir-me e sonhar!
Daqui de dentro desta cela
estar nua é um desejo íntimo,
despir-me de meus personagens,
dos argumentos, do drama.
                                        
Abrir as cortinas do meu peito,
arejar meu ser real,
e aplaudi-lo de pé no silêncio
até ver nascer o sol central.

E depois, o sim,
vestir seja qual for o figurino, realizar!
Brincadeiras de cárcere, em carne e osso
 mani-festar, construir, brincar.

Ir e voltar por entre os vãos da grade
 (de papelão, na verdade).



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