quarta-feira, 18 de setembro de 2019




Eu não vou fazer nada com essa saudade:
sem assassinatos, dessa vez

vou deixar correr o sangue dentro das veias,
seguindo o seu curso de sempre voltar
ao mesmo coração.

Belo caminho esse de apreciar
a paisagem da sensação...
(Eu a quero viva,
permanente passageira.)

Corre-corre dentro
vida fora!


segunda-feira, 9 de setembro de 2019






Escrevo, pois não confio nas palavras.

Por isso as subverto,
viro-as do avesso, mostrando-lhe o claustro, o lastro, o castiçal e por fim a natureza.

Passo e repasso cada vinco da letra,
cada vínculo desfaço, tal qual
tecido passado
a ferro quente
refaço eu o futuro
lasso, refazendo
a dobradura do amassado
com a língua.

Não me atrevo a falar
com fio na navalha.
Sou amigo do meu inimigo,
colcha que retalha

o resto comprometedor.