Escrevo, pois não confio nas palavras.
Por isso as subverto,
viro-as do avesso, mostrando-lhe o claustro, o lastro, o castiçal e por fim a natureza.
Passo e repasso cada vinco da letra,
cada vínculo desfaço, tal qual
tecido passado
a ferro quente
refaço eu o futuro
lasso, refazendo
a dobradura do amassado
com a língua.
Não me atrevo a falar
com fio na navalha.
Sou amigo do meu inimigo,
colcha que retalha
o resto comprometedor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário