sábado, 12 de setembro de 2009

Fada

Esvoaçantes véus...
os tomam por completo
desfazendo músculos rígidos
em caramelos macios,
e doces túrgidos.

- Ou seriam cabelos?...

Ondas em perfume...
destacam-se de obstáculos...
em vapores cor de violeta circulam,
Se reúnem em espirais azuis e mel
numa festa sinestésica:

- Por um instante, o céu?

Ilusionistas que são...
Flutuam sobre varinhas de condão,
Em suas gigantescas pupilas.
Inocentemente te segredam:

- Sim ou não?

Asas de libélula...
que alcançam o céu da boca
e num mar de sal procuram cócegas.
Aceitam tua mastigação,
com a honra e orgulho
de parecer mera imaginação...

- Pesadelos juvenis?

Uma baba doce...
Corrosiva ao extremo
se não consumida pelo a pelo,
Se não aceita como um apelo.

- Será por isso que está molhado o travesseiro?

Delicadas garras...
te arranham com suavidade...
arrancam-lhe a pele...
em meio a carinhos anestésicos
e sombras brilhantes.

- Quantas noites desejadas num só dia?

Hipnotizados pela melodia
esta que até curupira se admira,
e a qualquer um que entre folhagens a mira
em canções milagrosas...

-Sucumbira!...

Úmido e doloso:
Chorando lágrimas
de leite
e num deleite,
sussurra:
Fada...

- Bruxa?



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