segunda-feira, 17 de maio de 2010

Saudades em pó

                                                                                               Para Danilo Gois




  No cair da noite
  amanheceu minha saudade,
  transpondo-se em linhas 
  e linhas melodiosas:
  escrevi-lhe.

  Correram as linhas como estradas
  a ultrapassar as margens
  do pardo envelope,
  faces seladas a galope.

  (Lembranças da idade
  a viajar de cidade.)

  E na grande repartição
  Correspondente
  milhares delas esperarão
  na rodoviária de seu destino
  Antes remetente.

  Maria, responsável pela separação,
  de mal-humor acordou
  e no trabalho de um tropeção
  a pilha de cartas derrubou.

  O conjunto de linhas melodiosas
  ao relento e num descuido,
  embaixo do armário
  empoeirado se instalou.

  Rosnou o cão,
  rosnou o tédio,

  latiu à falta do carteiro que não chegou.

domingo, 9 de maio de 2010

Feliz dia das mães

- Você só é mãe por minha causa!
- Você também só é filha por minha culpa!
- Ok, estamos quites.
                                 (abraços)

sábado, 8 de maio de 2010

                Gabriel Moraes.



Estranho pensar
que só posso
armazenar um
x de informações
e que aqueles
pensamentos bonitos
e orgânicos as
vezes foram algo de
momento e que
não deixa de ser
o que me faz ser
cada vez mais aquilo
o que não
sou
e de repente apareço
sem lembrar daquela luz
que guiou meus
dedos dos pés que
somente passei a
enxergá-los quando
senti cair a imensa caixa
da altura do meu nariz
ao primeiro fio de cabelo
do chão

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"O palhaço é um homem todo pintado de piadas..."

sábado, 1 de maio de 2010

Como respeitar o meu próprio tempo e velocidade? Boa pergunta... não muito boa quando se têm metas a alcançar em datas determinadas e quando se sente que imprevistos e cansaços não serão levados em conta. O que importará é o levante coletivo e ação comum que levará à realização de um desejo, que não é o meu, mas deveria ser.

Um desejo que não é o meu justamente pelo seu dever embutido. Um dever de reconhecimento e participação, de capacidade e boa-camaradagem.

Mas sei que a culpa não é de ninguém, isso já aconteceu... é uma percepção recorrente e irritante que impede de dizer não e dizer sim. Lá vou eu. Já está em tempo. De respeitar meus limites sem por isso limitar-me.

A apreensão de um pequeno mundo torna o mundo gigante.