sábado, 19 de maio de 2012

Paisagem


Uma estranha leveza de cortina
que se abre mesmo que a janela esteja fechada
e balança as lâmpadas das ideias sem ideia alguma
tudo é cor
se joga pela janela do quinto andar
e não cai, só experimenta o risco que há
de sair do trilho do tempo
num grande suspiro do mundo

numa leve volubilidade de bolha
que se deixa preencher de sopro
colore, brilha, encanta e some ardendo os seus olhos
e que por amor ou vício esquecerá e produzirá
outra de sopro igual
elixir e veneno de atmosfera
um pequenino calor de pedra sobre a pedra
que se torna fogueira ardente
de um calor mordente
para apagá-lo: só pisando
até chorar lágrimas geladas de chuva doce.

Sim. As formigas virão.

Um comentário:

Lucas Alves Ferreira disse...

As formigas já chegaram. Vish Maria.