domingo, 22 de julho de 2012

Gentilezas



Que escorre pelas saias
Mesmo que as amarre
Em um nó de figa.

O maior será o que transpor
Paredes e tecidos e tecidos e tecidos
Celulares após recriar as regras seculares

Da flor.

Há que se cobrir de silêncio o grito
Do diálogo universal dos corpos
Epiteliais e nervosos e sãos que são

A dança de dentro para dentro do outro.
Na intenção momentânea de unificação, para que haja
Mais espaço no mundo – plano ineficiente.   (Deus nos enganou)

Que se derretam ao encontro firme e macio,
E se desaguam sempre consumindo
os próprios líquidos que choram por outros olhos

A consumação da realidade que é esta e máxima
Um alimentar-se da sopa do suor do outro – salínico
E das proteínas e lipídios do outro – que é doce.

Na repetição das ondas incansáveis,
Que vagam, divagam, vagam e divagam, vagam, divagam
Eternas e sôfregas  na ida
Eternas e diluídas na volta.


Resfolegando oxigênio pelo espaço deixado pela língua
De um só fôlego: o mundo dos canais abertos pela força

De um mar.

Que gentileza: morrer afogado e voltar a respirar pelos olhos de um recém-nascido.




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