Cavando, cavou e encontrou as veias da Terra,
A profundeza, o sangue, o fogo, a água, a guerra.
Não ganhou a guerra, a guerra o ganhou e o condecorou:
Nobre guerreiro, você
será imortal mesmo embaixo da terra.
Guerreando, guerreou! E assim foi o seu presente,
Dormir na caverna com ursos, beber das águas filtradas das
estalactites,
Conversar com as batatas, abraçar as formigas, então pacífico!
Guerreando, guerreou, cavando, cavou-me, amor.
Todas as vezes que você voltar de lá, eu limparei o seu
corpo,
Vou acarinhar o pó da sua pele, vou inspirar por você,
E vou soprar em seu ouvido a funda tradução, o sábio letrar.
Feliz, colho de tua pele o giz para os meus desenhos,
e te banho em mel e água de baleia, antes de existir baleias.
Te olharei: limpo, perfeito, genuíno, cadáver.
Te enterrarei novamente, chorarei despedida, folha seca,
eternidade e tempo:
Cavei, cavei, e na terra reencontrei suas veias, geografia sertaneja,
serra, pilão.
Eu não sabia, você ainda estava vivo, e no meio do caminho,
a guerra!
Sem querer, querendo cravei a enxada no coração, você era a
própria terra,
Plantei árvore torta, o teto virou chão, choveu terra no sertão,
choveu em cima do mar de mim,
Caí do céu.
Chorai! Chovei!
Eu não sabia de nada.
Tu, que era tão árido, chorou os oceanos: nada!
Eu não podia mais nadar, agora eu é que andava armada.
Guerreando, guerreei, e atlântica fui condecorada!
Por isso pude andar a pé no chão do oceano, e pedir:
Por isso pude andar a pé no chão do oceano, e pedir:
Me conserva, me salga?
Sonhei e
Sonhando ser alga, me enterrei
No fundo das suas águas.
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