Presa ao chão, mas passível
Beira a minha janela, chamando temporais,
Abriga os animais, desobriga as goiabas,
e me obriga aos animais - bem na beira,
a goiabeira: margem entre o mundo e eu.
Pedaço da Terra, beirada de proteção,
filtro dos meus sonhos, madeira das realizações -
tudo ao alcance. Em minha janela vem saudar-me:
sem veneração, suas folhas tocaram as folhas
da minha mão,
num respeito de ser vivo
que me tocou as páginas
de ser vivo.
E tocar-me a página é mais do que me tocar a alma:
é tocar a alma e descobrir (e percorrer!)
o caminho de volta à substância,
em palavra renascer.
A goiabeira me tocou as páginas, fui folheada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário