quarta-feira, 18 de março de 2020

Em memória








O peso do pássaro morto pousou 
como uma pedra no chão,
e meu olhar era a sua lápide,
lépida que foi parada.

E tudo havia sido!

Eu que antes passava sem parar,
parte por partir, sem disfarçar olhei
a leveza no chão, consentida de tempo
e véu e fim dos confins!

Muitos dias lá eu passei, e deixei de passar,
de cabelos ao vento, os olhos no chão
daquele rebento que a morte deixou
ou levou.

Quando levantei os olhos e desde então,
quando lá eu passo o peso    .
daquele pássaro paira no ar.
(in memoriam)


E lá se vai.
E lá se foi!




Nenhum comentário: