Acabam-se as folhas do caderno; a ponta do lápis está quebrada; a tinta secou. Mas não adianta: os pensamentos continuam brotando em minha mente e aspiram ser espelidos, e insistem em me alfinetar, em me atormentar, em confundir e fundir a minha realidade. Neurônios a mil, sempre prontos e dispostos a tudo, topam qualquer parada, ou melhor, acelerada. E se em algum instante me mantenho em silêncio... lá estão eles a me fustigar... a me obrigar a ter que dizer e sentir algo: SOCORRO ESTOU SENTINDO TUDO.
Rostos e risadas merencóricas surgem em movimentos. Coisas que poderiam ter sido. Coisas que poderiam ser. E o que é, afinal? A obrigação de ser vulcão, destruindo e adubando para que nasça outra vegetação, que não é a minha. Vontade de covardia. Vontade de não produzir nada, de não ter que ser nada, de não projetar as pessoas: lente convexa.
Aprender a escutar o que o silêncio diz. E descobrir que pode ser nada. Aceitar que há coisas que eu nunca vou descobrir. Um dia após o outro. E que seja, enfim, o segundo existente.
Comprei um caderno de dez matérias.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Sob a luz do móbile
A noite.
Ah.. as noites
As quentes de sede
As frias de mais sede ainda
As secas encharcadas de orvalho...
A lua pendurada
Móbile sob ação do vento
Sob ação do sopro
Sob ação do hálito
Ah... a noite...
Nela mora a inspiração
Nela mora a conspiração
Do sono contra nós.
De dia, apenas
Acende-se a luz...
A noite?
A noite é natural
E os sonhos...
eis o que há de mais real.
Escrita em 20/09/07
Ah.. as noites
As quentes de sede
As frias de mais sede ainda
As secas encharcadas de orvalho...
A lua pendurada
Móbile sob ação do vento
Sob ação do sopro
Sob ação do hálito
Ah... a noite...
Nela mora a inspiração
Nela mora a conspiração
Do sono contra nós.
De dia, apenas
Acende-se a luz...
A noite?
A noite é natural
E os sonhos...
eis o que há de mais real.
Escrita em 20/09/07
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Quiromancia
Sob a palma da mão quente,
Deslizo-me inteira
Num simples tocar de polegares.
Supresa por assim estarem
Tanto tempo ausentes.
Chama de vida:
Ora fogueira ardente,
Ora brasas de sarau
Calores que avermelham a face,
Colorindo a visão esverdeada.
Minhocas coloridas
Nele brotam como pensamento
Umas obstruindo orelhas e olhos:
Hálito distante
de uma conversa dolorida.
Outras
Enrolam-se por entre dedos e braços
Desfazendo-se em fitas
e perigosas impressões manuscritas.
E por fim há aquelas
Que puxando-o delicadamente
Pelos calcanhares...
Levando-o a escalar prédios
De até mil andares.
Entre elas
Lá estou.
Benditos sejam
Oh! Polegares!
Deslizo-me inteira
Num simples tocar de polegares.
Supresa por assim estarem
Tanto tempo ausentes.
Chama de vida:
Ora fogueira ardente,
Ora brasas de sarau
Calores que avermelham a face,
Colorindo a visão esverdeada.
Minhocas coloridas
Nele brotam como pensamento
Umas obstruindo orelhas e olhos:
Hálito distante
de uma conversa dolorida.
Outras
Enrolam-se por entre dedos e braços
Desfazendo-se em fitas
e perigosas impressões manuscritas.
E por fim há aquelas
Que puxando-o delicadamente
Pelos calcanhares...
Levando-o a escalar prédios
De até mil andares.
Entre elas
Lá estou.
Benditos sejam
Oh! Polegares!
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Armadilha
Desejo de unir quatro pontas,
onde a cerveja já não tem mais gosto,
onde ter a visão turva
fica sem Sentido.
Abrindo o guarda-chuva
duvidando dos céus a queda.
A sede insubstituível:
que venha mesmo já quente.
Nenhum medo, de repente
Nem arrependimento.
Apenas a dolorida certeza
de ter sido o suficiente.
Quadrilha sensível ao toque
da pele.
das almas.
dos cigarros embriagados
pela nossa presença.
Que dançou até o fim
num vai-e-vem ritmado
a risos e bocejos:
Entre lápis e lençóis
jamais descansados.
Entre lágrimas e sofás
jamais desbotados.
Entre cartas e gatos
jamais recatados.
Entre gritos e cochichos
jamais abafados.
Entre sentimentos
um tanto o quanto afetados.
Unidos pelas mãos.
Afastados pelos pés.
Dificultados pela nova trilha.
Insubstituíveis que são
tendo a saudade como minha armadilha.
onde a cerveja já não tem mais gosto,
onde ter a visão turva
fica sem Sentido.
Abrindo o guarda-chuva
duvidando dos céus a queda.
A sede insubstituível:
que venha mesmo já quente.
Nenhum medo, de repente
Nem arrependimento.
Apenas a dolorida certeza
de ter sido o suficiente.
Quadrilha sensível ao toque
da pele.
das almas.
dos cigarros embriagados
pela nossa presença.
Que dançou até o fim
num vai-e-vem ritmado
a risos e bocejos:
Entre lápis e lençóis
jamais descansados.
Entre lágrimas e sofás
jamais desbotados.
Entre cartas e gatos
jamais recatados.
Entre gritos e cochichos
jamais abafados.
Entre sentimentos
um tanto o quanto afetados.
Unidos pelas mãos.
Afastados pelos pés.
Dificultados pela nova trilha.
Insubstituíveis que são
tendo a saudade como minha armadilha.
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