terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Com um pedido de calma
Deita-se na rede multicolor
A mesclar tranquilidade e tensão
No ranger de um parafuso frouxo

Range rugindo sonhos
De um balançar intermitente
De alma evaporada

Que valsa aos sons aquáticos 
Do banho do vizinho,
Este que desafinando
Lapida a grossura da vida.

Com um pedido da alma
Deita-se e lê,
Num embalar seguro de seres ficcionais:

Turistas na imaginação
De um ser de fronteiras
Que guarda na fronte da ilusão
A calma evaporada.

E perde todo o tempo que lhe é possível,
Imaginando serem os minutos horas e
Os segundos gotas de chuva
A serem engolidas (primeiro)

Sente poder.

Mas cede ao sol que lhe queima a cara
E espera, pacientemente
Que outra nuvem o cubra.


Espera imóvel...
Tempo necessário para que um cachorro 
entre pela janela.

Os olhos ardem mas não os fecha,
Afinal, poucos são os dias em que
Se experimenta o andar de uma nuvem.

O livro ficou chato.
Choveu. (segundo)
E o ranger do parafuso frouxo mantém a casa em pé.

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