Cidade das grades de ferro,
dos corredores de fumaças, flores,
as marginais, os marginais
se abrem para que eu entre e me solte.
Jardim de concreto a florescer prédios:
Casas da árvore e céu arranhado
numa tentativa de raio.
Me coloca sobre a visão panorâmica
da solidão de ser coro,
passageiro e espécie.
Grande em tamanho possibilita a fuga
das regiões,
seres que acreditam em
pé de feijões:
temendo agora os gigantes camburões.
Nessa cidade, dióxido de carbono - necessidade.
Obstrui pulmões, conscientizando oxigênios:
respiração normal para ingênuos.
Cidade natal para além das luzes
de enfeite anual e cruzes !
Fez-me assim: pixação em muros.
Conforta-me em sua vasta amplidão
de segredos em cantos escuros.
Revolta-me em sua coesão
de felicidade com óculos escuros.
E tudo é tão concreto.
Tão escancarado que se torna anônimo.
Tão concreto. De concreto.
No concreto.
E tudo é tão concreto.
Que clama poesia.
Ipês amarelos na calçada cinza.
Cocô mole de cachorro num sapato duro.
2 comentários:
Ai, Thaly, voltar a viver em São Paulo é muito chocante, né?
Parece que abre a cabeça de novo...
Sim, nossa... uma amplitude!
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